por M. S. Costa

Maria vira à direita em direção à Rua Principal, escolhida como tal pela prática do caminhar por ali e pela inspiração de suas cores. Nunca olha para trás. Não há necessidade disso. Ela só vai. No entanto, há uma canção que ele ouve enquanto o novo caminho dela vai sendo feito. É chamada “Scarlet” – e pode ser uma coisa boa se você ouvi-la enquanto lê o restante deste post (let´s say misery likes soundtrack):

.

Clicou em “play”? Sim? Então, vamos continuar… .

“No meio de um lugar desconhecido

Finalmente você pode respirar

Ninguém sabe o seu nome

É mais fácil”

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Maria vai. E deixa sons, porque “apenas o som permanece”. .

“Feche os olhos com força

Cerre os punhos até quase sangrarem

Cautelosamente, levemente

Delicadamente exponha o que está por baixo”

 

Oh! Se ela vira sua cabeça para trás em direção ao que passou, pode tornar-se estátua de sal. .

“E tudo o que você sente agora

É o escarlate no seu dia

E mesmo que seja real

Você não pode ficar”

.

Ela usa trajes pretos, óculos. Maria vai embora, ela vai embora. .

“Então lá vai você

Vai embora por bem

Lá vai você

Vai embora por bem”

.

Ela pensa em lugares que pode querer visitar, onde possa viver. Ela prepara bolinhos de limão para os netos. Sim, ela tem 68 agora. .

“Sua mente está sobrecarregada

por meses de pensamentos sem alento

Eles afetam você

Este exato momento

de honestidade tímida e frágil

é precioso, raro e fugaz”

.

Ele corre. Vai embora. Usa todas as estratégias possíveis, palavras e silêncios, pois não pode ser pego com aquele pacote do Mercado Negro, onde se vê escrito “adeus”. .

“E tudo o que você sente agora

é o escarlate no seu dia

E, mesmo que seja real,

você não pode ficar”

.

E ele diz adeus. Não, ela diz. Bem, eles o fazem. Sim, dizem um adeus esquisito.